quarta-feira, 11 de maio de 2011

Injustiça? Vaidade? Destino? Ordem divina?


Tenho a mais absoluta certeza de que todas a funções convergem para um equilíbrio perfeito, ou que não seja perfeito, mas que tente chegar lá a todo instante... Há quem diga que os advogados estragam um pouco esse bem estar, há quem diga...

Advogados e médicos são os únicos que são chamados de doutores independentemente de fazerem doutorado. Injustiça? Vaidade? Destino? Ordem divina? Tanto faz! Eles lidam com vidas... podem salvá-las ou desgraça-las. É uma moral e tanto... Temos que assumir!

Nós atores não lidamos com vidas.

Nós tocamos as vidas.

Fazemos com que as pessoas  se reconheçam à partir de nós mesmos. Isso não é mágica, não se trata de uma brincadeira, é o nosso trabalho. 

É um trabalho difícil. É um trabalho bonito... E devia ser mais valorizado e respeitado, por nós da classe e pelos outros. Podemos fazê-lo rindo ou chorando,  sofrendo ou relaxados... Alguém tem que fazer o trabalho... Como qualquer outro, alguém tem que fazer... Assim preservamos o equilíbrio.

Eu sou um ator! Eu sou um comediante!

Sou uma certeza que na carreira incerta as coisas sempre vão tomar seu melhor caminho. Que nós comediantes somos os consoladores de tudo o que deu errado e de tudo que vai dar. Somos os anti-depressivos mais baratos e naturais que a humanidade foi capaz de criar. E onde houver uma alma com a essência do palhaço, lá nós estaremos vivos e o mais difícil de viver é se perguntar sempre por quem vai nos consolar.
Assim como médicos e advogados, também podemos salvar vidas. Nós também somos doutores.
Doutores da Alegria!

terça-feira, 10 de maio de 2011

A onda mirabolante e febril dos stand ups!



Pessoas, um palco, luz, pedestal, microfone e pronto! O resto é subverter! Cada um monta o seu material e manda ver.
Isto obviamente cabe aos éticos, porque o que tem de gente roubando a idéia do outro é um absurdo... Estamos numa terra de ninguém onde provar é sempre subjetivo... Fora que temos que contar com o que está no inconsciente coletivo... É claro que o fato de o Bin Laden morrer gera um milhão de stand ups sobre terrorismo mundial e blá blá blá... Obama...blá blá... Dilma... À princípio ninguém copiou ninguém! Estamos todos vivendo no mesmo mundo... Graças a Deus, porque isto é um dado a menos de aprovação para teoria da existência de ETs.

O que está em jogo é um outro olhar das coisas já vistas, a novidade está em retirar de coisas aparentemente cotidianas um dado que as pessoas ainda não repararam e montar uma versão pra isso! Analogias é um trunfo muito usado para fazer algo comum se tornar interessante, dentre outros pequeninos caminhos para um material bem sucedido.

Acho que a febre tem sido tão grande que ao ser convidado para uma participação num show fui quase espancado verbalmente quando disse que não tinha um material de stand up. Passei alguns dias chocado com o fato... Saí como um maconhado durante uma semana tentando reparar no mundo, tentando não passar pelos detalhes das coisas que se apresentavam. Perdi uns cinco compromissos com essa nova filosofia, e algumas amizades também. E de repente juntei as coisas e montei um material, mas por ironia do destino ninguém me chama mais para fazer stand up. Não sei  exatamente se isso é bom ou ruim, acho que buscar o objetivo de fazer algo é o mais importante... o percurso às vezes te ensina mais que a chegada.

Se stand up é teatro, se stand up é para atores, se stand up é ou não é... Eu não tô nem aí!!!! No final só resta o julgamento de um público que vai dizer:

Isso é bom ou Isso é ruim.

Me sinto melhor por ter meu material.